Rompendo barreiras sociais

Estudo da Universidade Federal Fluminense identifica indícios de ascensão socioeconômica de jovens de baixa renda que atuam como influenciadores digitais.

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O Brasil lidera o ranking de influenciadores digitais no Instagram, uma das redes sociais mais utilizadas no mundo, com cerca de 2 bilhões de usuários ativos mensais. De acordo com dados da Nielsen, empresa global especializada em análise de comportamento digital, o país conta com aproximadamente 500 mil criadores de conteúdo na plataforma, todos com mais de 10 mil seguidores.

Muitos são jovens de comunidades periféricas que, com talento e criatividade, produzem conteúdos que retratam suas rotinas diárias e compartilham saberes voltados para um público diversificado.

Uma pesquisa coordenada pela antropóloga Carla  Barros, da UFF, evidencia que essa nova geração de criadores digitais está rompendo ciclos de pobreza e exclusão. Ao mapear perfis de jovens influenciadores de baixa renda e acompanhar suas trajetórias desde as primeiras postagens no Instagram, os pesquisadores identificaram sinais claros de ascensão familiar e profissional, como a aquisição da primeira casa própria e a entrada em mercados de trabalho antes inacessíveis.

Os resultados preliminares destacam dois fenômenos principais: o pertencimento comunitário, relacionado à valorização de suas raízes e fortalecimento da cultura e do comércio de seus locais de origem; e a circulação social, que se refere à abertura de caminhos para esses jovens acessarem espaços e mercados de trabalho tradicionalmente restritos. 

Carla Barros conta que esses influenciadores estimulam outros jovens a sonharem e alcançarem objetivos antes considerados inalcançáveis. “Além da universidade, a internet pode ser um trampolim poderoso para uma sociedade mais inclusiva”, afirma a pesquisadora.

Saiba mais sobre o projeto e veja quem são estes influenciadores neste novo vídeo Humanamente.

Sobre o projeto:

O projeto Cenários de inclusão digital e mobilidade social entre adolescentes e jovens de classes populares: trajetórias e futuros possíveis foi contemplado na chamada nº 40/2022, do Edital Pró-Humanidades do CNPq.

Coordenadora: Carla Fernanda Pereira Barros (UFF)

 

Ficha técnica

Roteiro, produção e edição: Paulo Bellardi

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade

Edição executiva: Washington Castilhos

Coordenação geral: Luisa Massarani