Mulheres Negras Cotistas na Universidade
Coordenadora Adriana Castro Araújo (UFC)
O Brasil é um país que apresenta extrema desigualdade decorrente da discriminação étnico racial de sua população. As mulheres negras se encontram na base da pirâmide social e são as que mais sofrem com os efeitos dessa discriminação, apresentando os piores indicadores sociais do país, entre os quais o de violência doméstica. Fortaleza apresenta o terceiro maior índice de violência doméstica no Nordeste. Estudos revelam que a elevação do grau de escolaridade das mulheres negras diminui significativamente as taxas de violência doméstica, sendo dez vezes menor entre as grávidas com nível superior. Assim, a política de cotas nas universidades serve de subsídio para proporcionar uma oportunidade de acesso aos níveis mais elevados de escolaridade. Contudo, o simples acesso à universidade não é suficiente, sendo inexorável que as condições de permanência sejam asseguradas para que a política surta o efeito desejado. Na Universidade Federal do Ceará (UFC) constatou-se elevada evasão e pífias taxas de sucesso entre os cotistas. Essa pesquisa busca investigar, a partir de uma análise interseccional, as vivências acadêmicas das cotistas negras na UFC. Interessa saber se essas alunas se sentem discriminadas; se as práticas pedagógicas e as ações internas da UFC contribuem para a ermanência dessas mulheres na instituição. Para tanto, serão analisadas seis dimensões: pessoal; interpessoal; de carreira; de estudo; institucional; e, material. Utilizar-se-á uma amostra de estudantes de todas as áreas de conhecimento. Para a coleta dos dados utilizarse-ão questionário e entrevistas semiestruturadas. Espera-se contribuir com o processo de produção de informações de elevado valor científico acerca das mulheres negras em situação de vulnerabilidade econômica e social, de modo que os gestores públicos desenvolvam ações a fim de romper com a lógica de exclusão que afeta essas mulheres.
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