Formação de Profissionais da Educação Especial em uma Perspectiva Colaborativa
Coordenadora: Débora Deliberato (UFRN)
Pesquisas têm descrito e analisado a necessidade de formação de recursos humanos para oferecer ensino de qualidade a todos os alunos nos diferentes momentos acadêmicos. Para atender às demandas acadêmicas e de acessibilidade desse alunado, em todos os ambientes, se faz necessária formação constante de profissionais que atuam de forma direta e/ou indiretamente com essa população. A despeito da relevância em promover formação inicial e continuada aos professores que atuam na Educação Básica, na perspectiva da Educação Especial, não se pode negligenciar a importância de formar equipes de profissionais para atuarem, de forma integrada e colaborativa, para garantir a todos os alunos o acesso acadêmico desde a Educação Básica à Universidade. Sendo assim, o presente projeto de pesquisa propõe qualificar e capacitar profissionais da Educação e da Saúde, de forma colaborativa, no contexto da Educação Especial, para atuar nas escolas, em centros de apoio especializados e demais locais que ofereçam apoio aos estudantes público da Educação Especial (alunos com deficiência e/ou transtorno do espectro autista, altas habilidades ou superdotação). Sendo assim, os objetivos específicos serão: a) capacitar e qualificar os profissionais a desenvolverem e implementarem, por meio da metodologia da problematização, recursos e estratégias de Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa para alunos da Educação Especial, com vistas a promover o acesso comunicativo e acadêmico bem como às manifestações artísticas e culturais, lazer entre outras; b) capacitar e qualificar os profissionais em relação aos processos de ensino e aprendizagem dessa população. Para o desenvolvimento deste estudo, pesquisadores do Programa de Mestrado Profissional em Educação Especial da Universidade Federal Rio Grande do Norte e demais Programas de Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Universidade de Évora e do Instituto Politécnico de Portalegre, ambos de Portugal, desenvolverão um programa interventivo por meio de ações colaborativas no contexto da Tecnologia Assistiva e da Comunicação Alternativa. Os profissionais da Educação e da Saúde, participantes do estudo, serão selecionados em conjunto com o apoio de gestores municipais e estaduais, escolas regulares que atendam alunos público da Educação Especial no contexto do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. A pesquisa será desenvolvida em sete etapas, de forma concomitante, nas cidades de Natal (RN) e Rio de Janeiro (RJ). Na primeira etapa, os profissionais preencherão questionários para coletar informações sobre conhecimento a respeito de Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa. Na 2ª etapa, os agentes de intervenção (professores formadores) ofertarão um curso de formação continuada, na modalidade remota sincrônica, com duração de 5 meses. Na 3ª etapa, os questionários aplicados com os profissionais na primeira fase do estudo serão reaplicados. Após concluírem o curso teórico, na 4ª etapa, os profissionais cursarão o segundo módulo, na modalidade presencial, com duração de 6 meses. Nesse momento, utilizando uma metodologia de problematização, cada profissional cursista ficará responsável por elaborar e adaptar recursos e estratégias de Tecnologia Assistiva (TA) e Comunicação Alternativa (CA) na perspectiva colaborativa, seguindo o fluxograma de implementação de TA na escola. Na 5ª etapa serão replicados os questionários (das fases 1 e 3) e, na fase 6ª etapa serão realizadas entrevistas com os cursistas e profissionais das escolas selecionadas para a validação social do estudo. Na 7ª etapa do projeto os resultados do estudo serão disseminados à comunidade científica, escolar e à população em geral. O programa de formação de profissionais contribuirá com reflexões e práticas às diversas modalidades e tipos de atendimento específico e direcionado às pessoas com deficiência na escola e outras instâncias educacionais. Os resultados do programa de formação podem dialogar com as proposições, planejamento de materiais, objetos educacionais na perspectiva da Educação Especial, além de trazer contribuições para as políticas públicas de acessibilidade e formação de recursos humanos.