Escolas Vivas: Pedagogias Territorializadas e Materiais Didáticos Diferenciados para Promoção da Interculturalidade Como Política de Educação Pública
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Coordenadora: Laura Castro de Araujo (UFBA)
Esta proposta pretende articular relações entre pedagogias de Escolas Vivas da zona rural, o campo das Artes e materiais didáticos diferenciados, que serão produzidos em conjunto por uma rede de pesquisadoras universitárias e mestras de comunidades tradicionais, como processo de enfrentamento do cenário de fechamento de escolas públicas rurais. Essas comunidades escolares são referenciadas pelo conceito de “Escola Viva” do Pajé Duã Busã e de “Livro Vivo”, do Pajé Ika Muru, ambos mestres professores Huni Kuin do Alto Jordão no Acre, alargando o campo da escola, do livro e dos materiais pedagógicos para a Floresta, as medicinas e outras dimensões do cotidiano. Considerando o sucateamento de políticas públicas voltadas para a Educação do campo nas últimas décadas no Brasil, com mais de 60 mil escolas rurais fechadas entre 1995 e 2016 segundo Censo Escolar, e, ao mesmo tempo, a insurgência de escolas diferenciadas no âmbito da educação intercultural da Escola Indígena e Quilombola (RCNEI/MEC/2019), este projeto se destina a cartografar e compor em colaboração materiais didáticos junto às comunidades escolares que respondem criticamente à problemática da escola como instituição externa aos saberes da comunidade, assumindo uma função desagregadora entre comunidade, corpo, território e culturas. Este projeto em rede pretende fomentar, portanto, junto a essas escolas vivas, possibilidades de consolidação e fortalecimento de suas próprias pedagogias, com aportes epistemológicos, instrumentais, técnicos e metodológicos oferecidos pela rede de pesquisadoras universitárias e mestras do saber. A criação de materiais didáticos e de produção científica junto a essas comunidades escolares pretende oferecer materiais específicos e diferenciados de promoção de interculturalidade tanto na rede escolar da zona rural e nos territórios de identidade indígenas e quilombolas, quanto oferecê-los à rede pública de ensino da zona urbana e aos cursos de licenciatura de ensino universitário.