Quem são os migrantes em Corumbá e Foz do Iguaçu?

Mulheres e crianças são maioria entre os estrangeiros que se instalam nas duas cidades, segundo projeto da UFMS que está sistematizando dados sobre essa população coletados pelas prefeituras

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Dificuldades com o idioma, no acesso à documentação e falta de dinheiro para sobreviver são os principais desafios enfrentados por migrantes de diferentes nacionalidades nas fronteiras do Brasil com Bolívia, Argentina e Paraguai. 

A presença de mulheres e crianças também chama a atenção em meio aos estrangeiros que se instalam nessas regiões, sobretudo nas cidades de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Foz do Iguaçu, no Paraná. Na Tríplice Fronteira, o que se observa é um aumento do fluxo de venezuelanos — embora os paraguaios estejam em maior número, dada a proximidade geográfica. 

O diagnóstico é de um projeto do Observatório Fronteiriço das Migrações Internacionais (Migrafron) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), que busca desenvolver práticas de acolhimento a estrangeiros que se instalam nos dois municípios e aprimorar as políticas públicas para migrantes, a partir da sistematização de dados de secretarias municipais sobre essa população.  

O projeto também tem atuado na formação de agentes públicos a partir de práticas estabelecidas no Protocolo de Atendimento e Acolhimento aos Migrantes Internacionais, lançado em 2024 em Corumbá e em 2019 em Foz do Iguaçu. 

Desenvolvido com base na Constituição Federal, na Lei de Imigração e na organização da estrutura pública municipal, o documento contém uma série de recomendações para o encaminhamento dos migrantes aos serviços de assistência social, educação e saúde. Isso inclui a emissão de documentos e o acolhimento dos estudantes nas escolas. O objetivo é melhorar o entendimento dos servidores sobre as demandas dos novos habitantes e combater a xenofobia. 

“Oferecemos elementos para a construção de práticas e políticas públicas de atendimento a essa população. Obviamente, as prefeituras não são capazes de dar conta de tudo sozinhas. Então, trabalhamos no sentido de traçar, junto com as esferas federais, planos específicos para a região de fronteira”, afirma o historiador Marco Aurélio Machado de Oliveira, professor da UFMS e coordenador do projeto. 

Ouça o novo episódio do Podcast Humanamente e saiba mais sobre os resultados já alcançados no âmbito do projeto. 

 

Sobre o projeto 

 projeto “Atendimento e acolhida aos migrantes internacionais em municípios de fronteira: análise e acompanhamento na implantação de protocolos de acolhimento a pessoas em diferentes situações migratórias em Foz do Iguaçu (PR) e Corumbá (MS)” foi contemplado na Chamada nº 40/2022 do Edital Pró-Humanidades do CNPq. 

Coordenador: Marco Aurélio Machado de Oliveira (UFMS) 

 

Ficha técnica 

Produção, roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro  

Sonorização: Gilberto Vianna  

Edição executiva: Washington Castilhos  

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade  

Coordenação geral: Luisa Massarani