Historiadores discutem ética e justiça nas humanidades digitais
Especialistas levantam questões sobre obtenção, armazenamento e divulgação de documentos históricos no formato digital e destacam a importância da preservação de informações sobre a origem desses dados
Um grupo de trabalho que está sendo criado com a articulação do Arquivo Nacional, envolvendo historiadores e instituições do Brasil e do exterior, tem o objetivo de estabelecer diretrizes para a publicação de documentos históricos em bancos de dados digitais.
“Preservar a origem da documentação é importante especialmente para honrar a memória daquelas pessoas que concederam informações em situações de vulnerabilidade e violência e chamar a atenção de quem vai acessar esses dados”, enfatiza a historiadora Keila Grinberg, professora licenciada da Universidade Federal do Estado do Rio De Janeiro (Unirio), atual diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Pittsburgh e integrante do projeto Passados Presentes, que resgata a memória da escravidão no Brasil por meio de narrativas orais.
Depoimentos obtidos por meio de interrogatórios ou durante sessões de tortura são exemplos de informações consideradas sensíveis que devem ser contextualizadas, na avaliação da pesquisadora. Nesta entrevista ao Podcast Humanamente, ela também fala da preocupação dos historiadores em relação à apropriação dos documentos digitais por ferramentas de inteligência artificial.
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Ficha técnica
Roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro
Sonorização: Breno Rodrigues
Edição executiva: Washington Castilhos
Coordenação: Luisa Massarani
Imagem da capa: Estudantes detidos no estádio de General Severiano (Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, DOPS-GB D.789)
