Pesquisa evidencia desafios enfrentados por alunos de Letras para entender e interpretar textos e aponta que a leitura com anotações – e não apenas grifos – melhora sua compreensão. Resultados foram possíveis graças a uma ferramenta digital desenvolvida na UFSC para melhorar a leitura e aprendizagem.
Um estudo com 134 estudantes do curso de Letras da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em 2025, constatou que a maioria enfrenta dificuldades para entender e interpretar textos em sala de aula. Os testes aplicados também indicam que os estudantes que fazem anotações ao ler em ambiente digital têm desempenho melhor na compreensão e análise dos textos, em comparação com aqueles que leem no formato impresso sem registrar observações.
Coordenado pelo professor Roberlei Alves Bertucci, do Departamento de Letras da UTFPR, o estudo tem como objetivo avaliar a qualidade da leitura de futuros professores de Língua Portuguesa e investigar como ferramentas digitais podem aprimorar esse processo.
No teste realizado pelo estudo, os alunos leram e interpretaram os mesmos textos em dois formatos: impresso e digital, por meio da plataforma DLNotes2, desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Informática, Linguística e Literatura (NuPILL) e pelo Laboratório de Pesquisa em Sistemas Distribuídos (LAPESD), ambos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A ferramenta digital exige que o estudante escreva comentários sobre os trechos destacados, incentivando uma análise mais aprofundada e crítica do conteúdo.
Os resultados mostraram que, ao utilizarem a ferramenta digital, o desempenho na interpretação dos textos foi 20% superior, evidenciando os benefícios das anotações interativas para a compreensão textual.
“A pesquisa mostra que anotar faz diferença na compreensão textual. No texto impresso, observamos que os alunos apenas grifam palavras e trechos. Já no digital, além de grifar, eles têm que comentar os trechos destacados, o que os leva a refletir e interpretar o texto de forma mais crítica e aprofundada”, explica Bertucci.
Para saber mais sobre o estudo, confira o novo vídeo Humanamente.