Dendê impulsiona economia do Pará, mas gera desafios

O dendê, também conhecido como óleo de palma, é o óleo vegetal mais consumido e comercializado no mundo. Quase 76 milhões de toneladas do fruto são usadas todos os anos pela indústria alimentícia e cosmética, e também na produção de biocombustíveis, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

No Brasil, a região de Tomé-Açu, no nordeste do Pará, concentra 94% do plantio e da produção do óleo, de acordo com a pesquisa Produção Agrícola Municipal, realizada em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse protagonismo faz da dendeicultura o principal motor do desenvolvimento econômico daquela região. No entanto, um projeto de pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA) aponta que, apesar de seu papel econômico, a produção do óleo traz desafios sociais e ambientais, como o uso errado de recursos hídricos — que afeta a disponibilidade de água para outras atividades e ecossistemas locais —, a ameaça à segurança alimentar e contratos de produção que colocam agricultores familiares em situação de dependência econômica das grandes empresas agroindustriais.

O geógrafo e sociólogo João Santos Nahum, professor da UFPA e coordenador do projeto, ressalta que “é preciso garantir que a produção do dendê seja ambientalmente sustentável e socialmente justa”.

O estudo propõe medidas para equilibrar os impactos da atividade.

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