A Petrobrás e a violação de direitos humanos na ditadura

Estatal perseguiu trabalhadores e invadiu territórios indígenas, mostram documentos disponíveis no Arquivo Nacional.

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Pesquisadores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) identificaram três etnias indígenas que tiveram terras invadidas durante o regime militar, sob o pretexto da pesquisa e exploração mineral pela Petrobrás:  os Kanamari,  no  estado  do  Amazonas,  os  Kampa,  no  Acre,  e  os  Krikati,  no  Maranhão. Esses povos não estavam listados entre os dez atingidos pelo autoritarismo do regime militar que constam no relatório final da Comissão Nacional da Verdade, criada em 2011 pelo governo brasileiro para investigar violações de direitos humanos cometidas por agentes estatais entre 1946 e 1988. 

“Um convênio com a Funai, de 1967, permitia à Petrobras entrar em terras indígenas sem a autorização desses povos, o que é ilegal”, diz a historiadora Janaína Teles, professora da UEMG. Ela coordena um projeto que investiga a responsabilidade empresarial durante a ditadura. O objetivo do estudo é levantar dados sobre perseguição a trabalhadores da estatal. Análises de documentos mostram que 516 funcionários foram demitidos – alguns deles presos e torturados – entre abril e outubro de 1964, logo após o golpe e a instauração do regime militar.

Leia o artigo com os resultados preliminares da pesquisa e saiba mais no novo episódio do podcast Humanamente:

Foto: Arquivo Nacional

Sobre o projeto:

O projeto “Petrobrás: a vigilância e a repressão contra os trabalhadores e outras violações de direitos humanos durante a ditadura militar (Minas Gerais)” foi contemplado na Chamada nº 40/2022, do Edital Pró-Humanidades do CNPq. 

Coordenadora: Janaína Teles (UEMG)

 

Ficha técnica 

Roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro

Sonorização: Gilberto Vianna

Edição executiva: Washington Castilhos

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade

Coordenação geral: Luisa Massarani