Impactos da pandemia foram desiguais

Além de causar milhões de mortes, a Covid-19 exacerbou desigualdades sociais e econômicas, afetando principalmente as populações mais vulneráveis

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A pandemia piorou ainda mais as situações socioeconômica e de saúde das pessoas que vivem nas favelas no Brasil, segundo pesquisa do Centro de Estudos de Saúde Coletiva (Cesco) da Faculdade de Medicina do ABC Paulista, em São Paulo. 

Os pesquisadores entrevistaram 60 moradores do Morro da Kibon, em Santo André, cidade do ABC Paulista, sobre questões referentes às condições de saúde e de renda, religião, raça, educação e o acesso à informação ainda durante o período da pandemia.

Os resultados preliminares  mostram que 60% dos moradores entrevistados perderam os empregos ou tiveram a renda reduzida durante a crise sanitária, período em que a taxa nacional de desemprego chegou a 14,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Verificamos que grande parte da população pesquisada teve de escolher – em algum momento da pandemia – entre comprar um medicamento ou alimentos”, ressalta o sociólogo e coordenador do estudo, Eduardo Rodrigues.

Já 75% dos entrevistados disseram não ter conseguido realizar o distanciamento social dentro de casa por causa do número elevado de pessoas na mesma residência; apenas 17% receberam cinco doses da vacina, enquanto 70% foram vacinados com duas ou três doses. Quase 60% disseram acreditar que o imunizante pode provocar efeitos colaterais graves para a saúde.

 Em 2025, a pesquisa será ampliada para todo o Brasil. O estudo, financiado pelo CNPq, irá medir os impactos da Covid-19 em 12 outras favelas das cinco regiões do país.

Ouça o novo episódio do Podcast Humanamente e saiba mais sobre o assunto:

Sobre o projeto:

O projeto “A pandemia e o pós-pandemia da covid-19 no alcance da agenda 2030 em populações vulneráveis moradoras de núcleos de favela” foi contemplado na Chamada nº 40/2022, do Edital Pró-Humanidades do CNPq. 

Coordenação: Eduardo Rodrigue e Silmara Conchão (CESCO) e Marco Akerman (Faculdade de Saúde Pública – USP)

 

Ficha técnica

Roteiro, produção e apresentação: Paulo Bellardi

Sonorização: Gilberto Vianna

Revisão: Rodrigo de Oliveira Andrade

Edição executiva: Washington Castilhos

Coordenação geral: Luisa Massarani

Foto da capa: Centro de Estudos de Saúde Coletiva – CESCO