“Perigo amarelo”: o racismo histórico contra chineses

Pesquisa resgata a formação da comunidade chinesa em Curitiba e mostra como preconceitos e estereótipos se perpetuaram ao longo de décadas, afetando novas gerações. O estudo também aborda o papel da imprensa como um dos agentes da construção de estigmas.

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A representação do chinês como esperto, desonesto e de hábitos não civilizados persiste desde o período da chamada diáspora chinesa, quando a migração dessa população para o Brasil e outras partes do mundo se intensificou, na década de 1950. Alguns jornais impressos tiveram papel importante na construção dessas representações, segundo estudo desenvolvido na Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Autora da pesquisa, a historiadora Maria Victória Ruy estuda como as pessoas asiáticas são racializadas no Brasil, sobretudo os chineses. “Sempre existiu essa tensão e a ideia do ‘perigo amarelo’, da invasão chinesa. Porém, as formas como a exclusão opera no Brasil ainda estão pouco claras”, diz a pesquisadora, doutoranda em estudos étnicos na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Maria Victória Ruy fala sobre o tema no novo episódio do podcast Humanamente:

Ficha técnica 

Roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro

Sonorização: Gilberto Vianna

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade

Edição executiva: Washington Castilhos

Coordenação: Luisa Massarani

Reprodução de notícia publicada no jornal Diário da Tarde, de Curitiba, em 1979
Reprodução de notícia publicada no jornal Diário da Tarde, de Curitiba, em 1979.