Livro discute cultura digital em aldeia indígena

Publicação apresenta resultados de estudo realizado com indígenas da etnia Mẽbêngôkre-Kayapó após a chegada da internet na aldeia. Para as autoras, entrada de empresa provedora estrangeira, sem regulamentação, inaugura uma nova fase do colonialismo digital.

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A chegada à Amazônia da Starlink, provedora de internet via satélite controlada pelo bilionário Elon Musk, inaugura uma nova fase do colonialismo digital. O alerta é do Observatório Interinstitucional de Investigação em Cibercultura para Comunidades Indígenas, iniciativa que envolve pesquisadores das universidades federais do Pará (UFPA) e da Bahia (UFBA) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além das universidades de Cincinnati e Middle Tennessee, nos Estados Unidos.

“A chegada dessa big tech, sem nenhuma supervisão, atropelou um processo que era orgânico e tornou-se quase impositivo”, observa a pesquisadora Kalynka Cruz, professora da UFPA e coordenadora regional da pesquisa realizada no âmbito do Observatório na aldeia A’Ukre, da etnia Mẽbêngôkre-Kayapó, no Pará. O trabalho de campo mostrou que cada moradia da comunidade indígena, onde vivem de oito a dez pessoas, tem ao menos dois aparelhos celulares, e 35% dos usuários acessam a internet diariamente.

O estudo resultou no livro Amazônia digital, organizado por Cruz e a semioticista Lucia Santaella, da PUC-SP, referência na área de cibercultura (cultura digital) e coordenadora do projeto. A publicação será lançada em dezembro.

Saiba mais sobre o projeto no novo episódio do Podcast Humanamente clicando aqui.

Sobre o projeto:

O projeto “Observatório Interinstitucional de Investigação em Cibercultura para Comunidades Indígenas – Povo Mẽbêngôkre-Kayapó” foi aprovado na Chamada nº 40/2022 do Edital Pró-Humanidades do CNPq.

Coordenadora: Lucia Santaella

Saiba mais sobre o estudo.

Ficha técnica:

Produção, roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro

Sonorização: Gilberto Vianna

Edição executiva: Washington Castilhos

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade

Coordenação geral: Luisa Massarani