Pobreza e Performance

Coordenador: Gilberto Icle (UFRGS)

Este projeto tem por objetivo produzir conhecimento sobre as relações entre pobreza e performance, assim como analisar o impacto que as performances (artísticas, culturais, sociais etc.) têm na vida das pessoas pobres, procurando subsidiar novas políticas de combate à pobreza. Trabalha-se com a perspectiva dos Estudos da Performance, dos Estudos da Presença e da Etnocenologia para a manutenção de uma rede de pesquisadores, envolvendo incialmente dezenove instituições universitárias e de pesquisa em seis países (Brasil, Argentina, Portugal, Angola, Moçambique e França). A rede é composta de grupos de pesquisa das instituições e países a seguir. Do Brasil: Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Estadual de Campinas; Universidade Federal do Acre; Universidade Federal de Sergipe; Universidade de Brasília; Universidade Federal de Pelotas; Universidade Estadual do Rio Grande do Sul; Universidade Federal da Bahia. Da França: Maison de Sciences de l’Homme Paris Nord; Université de Nantes; Université Paris Nanterre; Université Lille 3; Université de Rennes; Université de Nice. Da Argentina: Universidade Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. De Portugal: Universidade do Minho. De Angola: Universidade Agostinho Neto. De Moçambique: Instituto Superior de Artes e Cultura. O trabalho se propõe a uma análise transversal coletiva dos dados produzidos a partir de diferentes métodos de produção de dados. A metodologia possui cinco diferentes protocolos metodológicos: 1) análise documental e videografica; 2) entrevistas; 3) observação participante; 4) etnografia; 5) experimentações artístico-pedagógicas. Os grupos aderem a esses protocolos formados coletivamente pela rede e produzem dados em seus respectivos contextos. O processo de análise dos dados produzidos é cruzado e comparativo, a partir do trabalho coletivo de dois ou mais grupos. Essa metodologia visa a construção compartilhada de conhecimentos aplicáveis ao campo em estudo. Os resultados esperados devem ser publicados em diversos artigos e livros em acesso aberto. Eles incluem metodologias a serem aplicadas na Educação Básica, políticas curriculares de formação para o Ensino Superior e formação de profissionais com altas capacidades em nível de graduação, mestrado e doutorado. O trabalho se enquadra na produção de conhecimento para a qualidade de vida, visto produzir não apenas ciência básica, na construção de teorias descritivo-analíticas sobre as relações entre Performance e Pobreza, mas, mais do que isso, criando diagnósticos e soluções multiplicativas para os contextos nos quais pessoas pobres se envolvem com atividades de performance. Este projeto vislumbra impactos em diferentes temáticas, na medida em que os grupos trabalham de forma interseccional discutido a interface entre pobreza e performance com gênero, classe, subalternidade, raça, sexualidade, imigração, educação, estética, políticas, processos de criação etc. Além disso, prevê a divulgação de abordagens, metodologias e métodos de intervenção em situações de pobreza nas quais performances estejam envolvidas. O projeto conta com práticas de popularização científica, especialmente na produção de um site no qual estarão a disposição todos os materiais da pesquisa, seus resultados e desdobramentos para políticas públicas em educação, arte e cultura.

Leia a matéria aqui.