“Mudar para Não Mudar”, Interpretações Acerca das Origens da Economia Política a Partir do Reformismo Ilustrado: Disseminação Internacional das Ideias e Usos da Linguagem Econômica
Coordenador: Alexandre Mendes Cunha (UFMG)
Tendo como referência uma série de preocupações teórico-metodológicas sobre os “usos da linguagem econômica” e o “discurso” da economia política, e combinando aportes interdisciplinares ao campo da história do pensamento econômico (HPE), a pesquisa parte da hipótese geral de que há importantes aspectos da evolução do discurso da economia política que só podem ser compreendidos através de um esforço abrangente de interpretação da natureza de transformações produzidas na governação econômica pelas reformas ilustradas da segunda metade do século XVIII. Isto oferece assim não só a possibilidade de se produzir uma análise original do reformismo ilustrado, como também uma reinterpretação de perspectivas fortemente enfatizadas na literatura da HPE sobre as próprias origens da economia política. Desta forma, o objetivo principal da proposta é analisar e produzir uma explicação acerca de como as reformas ilustradas influenciaram transformações importantes no discurso economia política durante a segunda metade do século XVIII, com particular referência ao mundo Ibérico (e seus impérios coloniais). Esta análise será também desdobrada em uma reflexão acerca dos arranjos de longa duração, que permitem que ordens econômicas, políticas e sociais marcadas por estruturas desiguais sejam estáveis ao longo da história, analisando assim de forma crítica e diacrônica a ideia de “mudar para preservar as coisas como sempre foram”, pedra angular do reformismo ilustrado, e com enorme duração na reprodução de estruturas desiguais na sociedade brasileira ao longo de sua história. Para a execução da presente proposta foi montada uma equipe internacional interdisciplinar que inclui pesquisadores sêniores de renome na área trabalhando em conjunto com pesquisadores de diferentes estágios de suas carreiras. A abertura interdisciplinar é compartilhada por toda equipe e se traduz na combinação de história do pensamento econômico, teoria econômica, história intelectual, história política, história conceitual, história cultural e linguística histórica e cognitiva.