Monitoramento de Famílias Expostas a Agrotóxicos como Ferramenta Metodológica para a Elaboração de Políticas Públicas de Saúde

O uso de agrotóxicos no Brasil e suas consequências sociais e ambientais têm se apresentado como temas que chamam a atenção da população, sendo, também, temas de interesse multi e interdisciplinar no meio científico. Existe um amplo debate, permeado por polêmicas, sobre os benefícios e malefícios destes produtos, de modo que o avanço em pesquisas científicas no contexto desta temática é fundamental para se conhecer possíveis relações entre os efeitos que os agrotóxicos causam no meio ambiente e na saúde humana. Por outro lado, as evidências científicas possibilitam o direcionamento de políticas públicas, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento humano e social. Desde 2016, a equipe proponente deste projeto vem se dedicando a estudos sobre contaminação ambiental e social por agrotóxicos, bem como sobre a relação entre exposição a agrotóxicos e doenças, com ênfase no câncer de mama, na Mesorregião Sudoeste do Paraná. Este trabalho tem indicado que as pessoas expostas, sobretudo aquelas que vivem no rural e que manipulam agrotóxicos, possuem traços deste produtos em seus organismos e respostas imunológicas menos eficazes do que pessoas não expostas diretamente. Esta proposta de pesquisa visa conhecer as formas de exposição a agrotóxicos e os níveis de contaminação humana (mulheres e homens) e ambiental (águas) em 100 famílias que vivem no meio rural do Sudoeste do Paraná. Para tanto, serão selecionadas mulheres rurais expostas a agrotóxicos, com diagnóstico de câncer de mama, para uma análise da contaminação delas e de seus maridos por glifosato e 2,4D. A metodologia será pautada na aplicação de um questionário; na coleta e análise de amostras de urina e das águas consumidas; e na interação com agentes de órgãos oficiais de saúde para um possível aprimoramento ou criação de políticas públicas para populações expostas a agrotóxicos.

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