O processo de expansão das grandes cidades brasileiras tem sido fomentado por migrações populacionais internas e externas em busca de melhores condições de vida. Entretanto, a infraestrutura dos grandes centros não tem sido capaz de atender às demandas sociais geradas por esses aumentos populacionais, produzindo desequilíbrio no uso e na ocupação do solo urbano, com a proliferação de moradias irregulares nas periferias das grandes cidades. Acrescentando a esse quadro tem-se o novo normal promovido pela pandemia do COVID-19 que mudou os hábitos sociais para preservar a vida. Em decorrência desse fato, ocorreu o encerramento de postos de trabalho e mudou a dimensão de atividades para o trabalho remoto. Nesse contexto, as disparidades socioeconômicas, que se manifestam no território nas dimensões social, ambiental e econômica entre as classes sociais, vêm sendo ampliadas, apresentando diferenças em moradias, serviços públicos e na qualidade de vida, se concretizando nas cidades em diversos arranjos urbanos. Essas disparidades, tratadas como desigualdades e relacionadas à segregação, podem ser associadas ao conceito de pobreza. Assim, este projeto objetiva analisar os aspectos de segregação socioespacial, desigualdades e pobreza nos municípios de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, criando índices baseados em estatísticas oficiais e em mídias sociais digitais georreferenciadas A hipótese principal é a de que a segregação no território pode ser identificada através das redes sociais e pode ser considerado um reflexo das desigualdades culturais/educacionais e da pobreza materializada no espaço urbano. Para isso serão utilizadas teorias e metodologias no contexto de big data e da ciência de dados de modo a construir índices para mensurar e qualificar a segregação, desigualdades e pobreza para os municípios objetos da pesquisa, de forma a compreender os padrões, causas subjacentes e consequências, bem como avaliar a correlação entre estes conceitos nos municípios estudados.