A Conexão com a Natureza (CN), que designa vínculo subjetivo, pode reverter em cuidado ecológico. Embora alguns defendam esse vínculo como inato, é consenso que ele deve ser promovido desde a infância, pois o contato com ambientes naturais o fomenta, possibilita benefícios para a saúde e estimula comportamentos ecológicos (CE) de proteção e cuidado com a natureza. Estudos apontam que a CN é importante preditor de CE, no entanto, há muito a ser compreendido sobre suas possibilidades, em particular na infância e adolescência dos que vivem em centros urbanos. De fato, observa-se crescente desconexão e distanciamento da natureza pelos habitantes de centros urbanos, o que impacta tanto em sua saúde quanto na preservação de áreas naturais. Tal cenário se mostra especialmente contundente no Brasil, cuja exuberância da natureza e os valores simbólicos dessa relação se encontram ameaçados. Amparando-se em estudos que indicam que a maioria das famílias e escolas têm dificuldade de proporcionar convívios mais frequentes de crianças e adolescentes com a natureza, o que reduz ainda mais a oportunidade para surgimento desse vínculo subjetivo, este estudo visa investigar as oportunidades de convívio com a natureza oferecidas aos estudantes por escolas de educação básica brasileiras. Assim, pretende-se: fazer um levantamento dos espaços ao ar livre/naturais de escolas em algumas cidades situadas em todas as regiões geográficas do país; averiguar o que pensam gestores/professores a respeito da inserção da natureza no fazer pedagógico; e investigar como os estudantes se relacionam com a natureza e seu respectivo CE. Espera-se propiciar um retrato desse cenário escola-natureza no Brasil e contribuir para políticas públicas voltadas para a inserção de atividades baseadas na natureza com incentivo a atividades em áreas externas e verdes nas escolas, e, ainda, colabore com o planejamento e a reformulação do ambiente escolar para a presença de áreas verdes em seus espaços.