Cantar e Curar a Terra: Construção de Diretrizes Pedagógicas para a Formação de Agentes Agroflorestais Tikmũ’ũn
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Coordenadora Rosângela Pereira de Tugny (UFSB)
O projeto investiga aspectos teóricos e metodológicos para a construção de matrizes pedagógicas de formação de agentes agroflorestais indígenas Tikmũ’ũn. Falantes da língua maxakali, são quase 3 mil indivíduos, vivendo em terras degradadas no nordeste de Minas Gerais. A pesquisa nasce de formulações dos Tikmũ’ũn que anseiam o reflorestamento de suas terras, diante da insegurança alimentar, da falta de rios e água potável, dificultando suas formas de sociabilidade. Da mesma forma, anseiam por uma educação diferenciada que enfrente as tensões entre as suas práticas escolares e a compreensão pelos gestores públicos, impedindo a certificação dos alunos. A investigação apoia-se na legislação sobre educação escolar indígena, na valorização da língua maxakali e de seus sistemas de conhecimentos relacionados ao bioma da Mata Atlântica, encerrados em um repertório cantado e ativado diariamente por um denso sistema cosmopolítico. Propõe-se a construção de uma rede de pesquisadores Tikmũ’ũn e de não indígenas de diferentes IFES com experiências anteriores de agroecologia (IFNM), música, educação e comunicação (UFSB) e formação de professores indígenas (UFMG), geografia, saúde (UNIFESP), antropologia (UnB, U. del Cauca), o INCTI (UnB), a CPI-Acre, gestores das escolas, lideranças de movimentos sociais (Teia dos Povos e Instituto Cabruca) e parceiros de instituições estrangeiras (Canadá, Colômbia). As experiências individuais e coletivas dos participantes indígenas e o material empírico produzido em oficinas e rodas de conversa, com registros audiovisuais dos seus percursos formativos experimentais serão analisados visando a pesquisa e proposição de matrizes pedagógicas para a formação de agentes agroflorestais Tikmũ’ũn. A proposta visa atender: (1) à especificidade linguística e sociológica dos Tikmũ’ũn; (2) ao problema de insegurança alimentar, acesso à água potável e degradação territorial, e (3) ao impasse da certificação de escolaridade pelas suas escolas.