As Comunidades Ribeirinhas Amazônicas e à Expansão do Agronegócio: uma Análise Comparativa a Partir dos Rios Madeira e Purus, no Sul Amazonense
Humanamente > Projetos Aprovados > As Comunidades Ribeirinhas Amazônicas e à Expansão do Agronegócio: uma Análise Comparativa a Partir dos Rios Madeira e Purus, no Sul Amazonense
Coordenador João Maciel de Araújo (IFAM)
Nos últimos anos tem-se intensificado as atividades de base agropecuária e florestal em áreas da região Amazônica com acesso rodoviário ao centro-sul do Brasil. Um dos indicadores mais recentes desta dinâmica é comprovada pela criação, em 2021 pelo Governo Federal, de uma comissão interinstitucional encarregada dos estudos para a decretação da Zona de Desenvolvimento Sustentável – ZDS Abunã-Madeira, abarcando uma enorme área de diversos municípios dos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia, razão pela qual a referida área é também conhecida como AMACRO (a junção das abreviações das unidades federativas envolvidas). Vista com entusiasmo por produtores de grande porte e investidores, a iniciativa promete fortalecer mecanismos de incentivo fiscal e de transporte e logística numa área de 454.220 km². Diante das assimetrias históricas presentes no meio agrário amazônico, faz-se necessário investigar os efeitos e impactos de tal iniciativa sobre os modos de vida dos povo indígenas e populações tradicionais, de maneira a gerar conhecimentos que evitem impactos negativos, tais como a expropriação de camponeses, adensamento das médias cidades com suas precárias infraestruturas e a devastação ambiental. Utilizando a metodologia pesquisa-ação, o projeto ora apresentado busca analisar a relação entre comunidades ribeirinhas, Estado e demais grupos socioeconômicos, a partir de casos de comunidades situadas nos municípios de Humaitá, vale do Rio Madeira, e dos municípios de Boca do Acre e Lábrea, no vale do Rio Purus, ambos na mesorregião Sul Amazonense. Além do diagnóstico identificando as linhas de forças que incidem sobre a dinâmica comunitária, a pesquisa contribuirá para mobilização dos sujeitos sociais, de forma que os mesmos não passem ao largo das transformações em curso.