Articulação de Saberes, Resistência e Impactos de Grandes Empreendimentos em Comunidades Tradicionais na BA, RN, PE, MG e ES
Coordenara Rita de Cássia Maria Neves (UFRN)
A pesquisa em rede que propomos desenvolver tem como objetivo formar Centros de Ciências e Saberes, compreendidos como espaços sociais de articulação e produção de conhecimentos relacionados ao fortalecimento de modos de vida em comunidades tradicionais. Esses modos de vida são impactados pela implantação de megaempreendimentos, que somada aos efeitos da pandemia da doença Covid19, se vulnerabilizaram social, ambiental e economicamente. As mortes decorrentes da COVID19 afetaram as unidades de mobilização das comunidades. Cada morte representa uma quebra na memória oral dos grupos, e com elas se vão conhecimentos relacionados aos territórios e necessários à organização social. A reprodução do modo vida nas comunidades tradicionais depende do registro dos conhecimentos, tradicionais e militantes, que permitem organizar formas de resistência em situações de conflito. Aos conhecimentos tradicionais e militantes são agregados novos conhecimentos advindos da entrada de jovens, que pertencem às comunidades tradicionais, no campo acadêmico. Esse encontro de conhecimentos contribui na organização comunitária, e deveria ser fortalecido por políticas públicas que incentivem e valorizem o registro da memória e do patrimônio cultural das comunidades tradicionais. A pesquisa é interdisciplinar de caráter qualitativo. Prioriza a etnografia das práticas vivenciadas nas comunidades através da troca de saberes das lideranças, dos idosos, dos jovens estudantes das comunidades tradicionais. Daremos maior atenção às práticas que se relacionam a preservação da sociobiodiversidade com o fortalecimento de modos de vida de comunidades tradicionais. A rede proponente deste projeto engloba diversos grupos de pesquisa de universidades públicas, localizadas em regiões diferentes, com experiência comprovada com pesquisas junto aos povos tradicionais. Ressaltamos que muitos dos integrantes das equipes de pesquisadores que atuam neste projeto pertencem a povos e comunidades tradicionais.
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