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Turismo sustentável em Congonhas requer maior participação social

Conselho Municipal de Turismo da cidade histórica mineira pouco envolve a comunidade local nas tomadas de decisão, o que, segundo um estudo da Ufop, dificulta a inclusão social e a implementação do desenvolvimento sustentável na atividade turística do município.

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Patrimônio cultural da humanidade reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) há 40 anos, Congonhas é lembrada como a “Cidade dos Profetas”, em alusão às icônicas esculturas de seu acervo artístico, de autoria do artista Antônio Francisco Lisboa, que ficou famoso como Aleijadinho. As igrejas e esculturas barrocas da cidade atraem anualmente mais de 300 mil visitantes, o que torna o turismo uma das principais atividades geradoras de receitas para a região, segundo a prefeitura do município. 

Apesar disso, de acordo com um estudo da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o setor apresenta fragilidades que podem colocar em risco as possibilidades de desenvolvimento sustentável da atividade turística local. Os pesquisadores analisaram a atuação e a efetividade do Conselho Municipal de Turismo de Congonhas para a promoção da sustentabilidade no setor turístico, a partir de entrevistas com dez ex-presidentes do órgão, à frente da gestão no período de 2014 a 2024, tendo em vista cinco dimensões: autonomia, organização, representatividade, envolvimento comunitário e influência política. Foram constatadas fragilidades relacionadas à autonomia e ao envolvimento efetivo da comunidade local com as decisões tomadas pelo conselho. 

“Trata-se de um órgão participativo, que pode promover o envolvimento da comunidade nas questões sobre o turismo. Entendemos que quanto menos influência política e mais autonomia dos atores envolvidos nas discussões, melhores podem ser os resultados para a sociedade”, recomenda o pesquisador Marcos Knupp, professor da Escola de Direito, Turismo e Museologia da Ufop.

O estudo se insere em um projeto mais amplo, coordenado por Knupp, que investiga como o poder público implementa estratégias para o desenvolvimento sustentável em quatro cidades reconhecidas como patrimônios culturais da humanidade, integrantes do roteiro da Estrada Real: Congonhas, Diamantina e Ouro Preto, em Minas, e Paraty, no Rio de Janeiro.

Ouça o novo episódio do Podcast Humanamente e saiba mais sobre a pesquisa desenvolvida na Ufop.

Leia também o artigo Na cidade dos profetas, à espera de uma profecia, publicado na Revista Iberoamericana de Turismo.

 

Sobre o projeto:

projeto “Políticas públicas de turismo nos patrimônios culturais da humanidade na Estrada Real (Brasil): análise das redes sociais dos stakeholders determinantes para o desenvolvimento local sustentável” foi aprovado na chamada nº 40/2022 do Edital Pró-Humanidades do CNPq. 

Coordenador: Marcos Knupp (Ufop)

 

Ficha técnica:

Produção, roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro  

Sonorização: Gilberto Vianna  

Edição executiva: Washington Castilhos  

Coordenação geral: Luisa Massarani  

Imagem da capa: Glauco Umbelino/Wikimedia Commons