O legado modernista, da arte à gestão cultural

Pesquisa resgata trajetória de expoentes do modernismo que atuaram no pioneiro Departamento de Cultura e Recreação da Prefeitura de São Paulo, criado em 1935

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O que levou intelectuais e artistas modernistas a se tornarem gestores culturais, especialmente no segundo momento do modernismo, a partir da metade final da década de 1920? É o que buscam entender pesquisadores da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CPS) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). 

Autor de Macunaíma, obra que inaugurou uma nova fase na literatura brasileira, Mário de Andrade (1893-1945) foi também um agente político responsável por profundas mudanças culturais na cidade de São Paulo. 

Além dele, outros ícones do movimento modernista, como Luiz Saia, Nicanor Miranda, Oneyda Alvarenga, Paulo Duarte, Rubens Borba de Moraes e Sérgio Milliet, atuaram como servidores públicos no Departamento de Cultura e Recreação da Prefeitura de São Paulo, criado em 1935, embrião da atual Secretaria Municipal de Cultura da capital paulista. À frente do órgão, promoveram debates sobre questões do folclore, do negro, da escolarização e do cotidiano dos trabalhadores.

Programa de bibliotecas circulantes inaugurado por Mário de Andrade, 1937. Foto: Benedito Junqueira Duarte / Acervo Casa da Imagem de São Paulo.

“Nós escolhemos intelectuais modernistas com ação concreta sobre a política, a estética, a imagem, a poética e os estudos de cultura”, afirma Luiz Roberto Alves, professor da ECA-USP e coordenador da pesquisa. Os indícios encontrados pelos pesquisadores até o momento sugerem que o processo de formação desses intelectuais como agentes públicos da área da cultura se deu pelo próprio engajamento com o movimento modernista.

Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do Podcast Humanamente clicando aqui.

O projeto “Cultura/educação, ciência e ética na práxis intelectual do segundo momento modernista” foi aprovado na chamada nº 40/2022 do Edital Pró-Humanidades do CNPq.

Coordenador: Luiz Roberto Alves (USP)

Ficha técnica

Produção, roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro

Sonorização: Gilberto Vianna

Edição executiva: Washington Castilhos

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade

Coordenação geral: Luisa Massarani