Mobilidade Urbana: uma importante via de inclusão para idosos

Com o crescimento expressivo da população idosa no país, a mobilidade urbana se tornou um aspecto fundamental para a garantia de direitos e da inclusão social desse grupo etário

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De acordo com o último censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número de pessoas idosas chegou a 22,2 milhões em 2022, representando 10,9% da população total, o que corresponde a um aumento de 57,4% em relação ao censo de 2010​. As projeções do órgão indicam que, em 2060, as pessoas com 60 anos ou mais representarão 32,2% da população.

Os dados do IBGE também revelam que 84% dos idosos vivem atualmente em áreas urbanas, onde enfrentam desafios diários relacionados à mobilidade, como a má conservação das calçadas e escassez de transportes acessíveis.

Segundo o geógrafo Carlos Lobo, professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o cenário de envelhecimento populacional impõe uma série de desafios, e exige que o poder público crie condições que garantam o direito fundamental de ir e vir dos idosos com autonomia e dignidade.

“O direito de ir e vir para os idosos e pessoas com deficiência nas cidades – e principalmente nas periferias – exige um ajuste de toda infraestrutura fornecida pelo poder público, como a criação de calçadas acessíveis, rampas e transportes públicos adaptados”, reforça o geógrafo.

Lobo é coordenador de um estudo que visa identificar e analisar as práticas e os padrões de deslocamento da população idosa de Belo Horizonte, Minas Gerais.

O objetivo dos pesquisadores é formar um repositório de dados que poderão auxiliar outros trabalhos e pesquisas no campo da mobilidade e acessibilidade de pessoas idosas, assim como embasar políticas públicas que melhorem as condições de mobilidade urbana desse grupo etário.

Na primeira fase do estudo, eles reuniram e analisaram os dados divulgados nos censos demográficos de 2000 e 2010 e da pesquisa de Origem-Destino domiciliar (OD), realizada em 2012 pela prefeitura de Belo Horizonte.  Os dados do último censo do IBGE, realizado em 2022, também serão processados pelo estudo assim que forem divulgados por completo.

Os pesquisadores também irão realizar uma coleta de dados por meio da aplicação de questionários e entrevistas com pessoas idosas da região central de Belo Horizonte. A ideia é reunir informações que permitam um diagnóstico mais detalhado das necessidades e dos desafios enfrentados por essa população no exercício do seu direito de ir e vir.

Ouça o novo episódio do Podcast Humanamente e saiba mais sobre o assunto:

Sobre o projeto:

O projeto “Acessibilidade e mobilidade espaciais da população idosa em Belo Horizonte e Região Metropolitana” foi contemplado na Chamada nº 40/2022, do Edital Pró-Humanidades do CNPq. 

Coordenador: Carlos Lobo (UFMG)

 

Ficha técnica

Roteiro, produção e apresentação: Paulo Bellardi

Sonorização: Gilberto Vianna

Revisão: Rodrigo de Oliveira Andrade

Edição executiva: Washington Castilhos

Coordenação geral: Luisa Massarani