Autora da tela Sessão do conselho de Estado que decidiu a Independência, de 1922, em que a Imperatriz Leopoldina aparece como protagonista em reunião que precedeu a declaração de emancipação política do Brasil, a pintora Georgina de Albuquerque foi vencedora de um prêmio nacional quando a pintura histórica ainda era um gênero praticamente restrito aos homens.
A obra – considerada ousada ao apresentar uma perspectiva de gênero, contrariariando expectativas sobre o que deve ser uma pintura histórica, com foco no heroísmo masculino – foi objeto de estudo da historiadora Paula de Souza Ribeiro, mestra e doutoranda pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais. Atualmente ela pesquisa o legado da musicista e poeta Beatriz Brandão, que teve projeção e atuação política no período da independência.
A pesquisadora menciona como um dos traços comuns entre as duas artistas o fato de ambas terem atuado também como professoras. Segundo ela, a inserção das mulheres nos espaços artísticos se deu como formação educacional complementar, destinada ao âmbito do lar: “as famosas prendas domésticas”, diz.
Ribeiro se dedica a resgatar trajetórias de outras mulheres na coluna Além do olhar: as artistas do Brasil, publicada no portal HH Magazine – Humanidades em Rede. A proposta é difundir o trabalho artístico das personalidades retratadas.
Ouça o novo episódio do Podcast Humanamente e conheça o trabalho da historiadora.
Ficha técnica:
Produção, roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro
Sonorização: Gilberto Vianna
Edição executiva: Washington Castilhos
Coordenação geral: Luisa Massarani
Imagem da capa: tela Sessão do conselho de Estado que decidiu a Independência, de Georgina Albuquerque (domínio público)