Rede de pesquisa atua em defesa dos direitos dos povos tradicionais

Iniciativa envolve instituições nacionais e estrangeiras e chama a atenção para a importância da proteção dos territórios indígenas e quilombolas para a preservação ambiental

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“A invasão de terras indígenas e territórios ocupados por quilombolas e outras comunidades tradicionais, em decorrência de disputas em torno da mineração e do agronegócio, por exemplo, causa o deslocamento compulsório desses povos e a modificação de ambientes conservados e protegidos”. A análise é da cientista social e antropóloga Andréa Zhouri, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora da rede de pesquisa Territórios, corpos e meio ambiente.

A rede foi criada após o desmonte nos últimos anos de instituições responsáveis pela proteção dos territórios de povos tradicionais, como o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O objetivo do grupo era fazer um balanço das consequências do enfraquecimento desses órgãos e das mudanças na legislação, além de avaliar possibilidades de reconstrução.

“Nós vimos o aumento da violência no campo, o descrédito das populações tradicionais em relação ao Estado brasileiro, e a crise humanitária dos yanomami em função da permissividade com o garimpo ilegal”, lembra Zhouri. 

Dois anos após o episódio, a pesquisadora avalia que houve avanços recentes na política brasileira, como a criação do Ministério dos Povos Indígenas. “São mudanças institucionais que começam a sinalizar, por parte do Executivo, uma atenção a essa temática racial, à temática indígena”, afirma a antropóloga nesta conversa para o novo episódio do Podcast Humanamente.

Ouça o episódio aqui.

Para saber mais, leia os livros publicados pela rede: Terra arrasada: desmonte ambiental e violação de direitos no Brasil (2024, Editora Unimontes) e Yanomami, tragédia sem fim (2024, Editora Ineaf).

 

Sobre o projeto

projeto “Territórios, Corpos e Meio Ambiente: reflexões e aportes para o desenvolvimento humano e social no Brasil” foi aprovado na Chamada nº 40/2022 do Edital Pró-Humanidades do CNPq.

Coordenadora: Andréa Zhouri (UFMG)

Ficha técnica:

Produção, roteiro e apresentação: Alessandra Ribeiro

Sonorização: Gilberto Vianna

Edição executiva: Washington Castilhos

Assistente de edição: Rodrigo de Oliveira Andrade

Coordenação geral: Luisa Massarani

 

Imagem da capa: Joédson Alves/Agência Brasil