Educação especial: avanços na lei, desafios na prática

Falta de acessibilidade e estrutura física adequadas na escola, preconceito e despreparo dos profissionais da educação para trabalhar com a diversidade são alguns dos obstáculos para garantir a permanência dos alunos com deficiência nas escolas.

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Desde a implementação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), em 2015, o Brasil tem registrado um crescimento significativo no número de matrículas escolares de alunos com deficiência.

Nos últimos cinco anos, o número de matrículas aumentou em 41,6%, passando de 1,25 milhão em 2019 para 1,77 milhão em 2023, de acordo com dados do Censo Escolar 2023, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

No entanto, o Censo Escolar 2023 também identificou uma taxa de abandono escolar de 30% entre os alunos com necessidades educacionais especiais, enquanto o índice entre os estudantes sem deficiência foi de 10%.

A fonoaudióloga Débora Deliberato, professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica que a alta taxa de evasão resulta de fatores que não favorecem a permanência do aluno com deficiência na escola, como falta de acessibilidade e de estrutura física adequadas, falta de apoio familiar, preconceito e o despreparo dos profissionais da educação para trabalhar com a diversidade, cada vez mais presente no ambiente escolar. 

Coordenadora de uma pesquisa voltada à capacitação de profissionais da educação e da saúde que atuam na educação especial no Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, ela destaca que a formação acadêmica dos professores ainda é focada em conteúdos e informações direcionadas para o ensino de alunos sem deficiência.

O curso inclui a capacitação dos professores da educação básica para o uso da tecnologia assistiva, conjunto de recursos e serviços que visam ajudar pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a desenvolver suas habilidades funcionais e a participar da sociedade de forma independente. 

Neste novo episódio do Podcast Humanamente, ouvimos as fonoaudiólogas Débora Deliberato e Carolina Schimer, que estão à frente do estudo e nos dão mais detalhes do projeto. Também conversamos com a professora da educação especial Rafaela Corrêa, que fala dos desafios enfrentados no chão da escola.

Sobre o projeto:

O projeto Formação de Profissionais de Educação Especial em uma perspectiva colaborativafoi contemplado na Chamada nº 40/2022, do Edital Pró-Humanidades do CNPq.

Coordenadora: Débora Deliberato – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

 

Ficha técnica

Roteiro, produção e apresentação: Paulo Bellardi

Sonorização: Gilberto Vianna

Revisão: Rodrigo de Oliveira Andrade

Edição executiva: Washington Castilhos

Coordenação geral: Luisa Massarani