Inicialmente alimentado por pós-graduandos da própria USP, a obra se tornou um importante instrumento de divulgação científica. Hoje, conta Bailão, os verbetes fazem parte de ementas de cursos em universidades de todo o Brasil, e passaram a ser produzidos também por estudantes de outras universidades públicas paulistas, como as estaduais paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), e as federais de São Paulo (Unifesp) e São Carlos (UFSCar), cujos professores passaram a integrar o conselho editorial em 2018. Em 2021, foi registrada com o código International Standard Serial Number (ISSN). Desde o lançamento, conta com 99 verbetes publicados.
Diferentemente de outras enciclopédias do gênero, como a Open Encyclopedia of Anthropology , mantida pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e a Bérose encyclopédie internationale des histoires de l’antropologie , voltada especificamente à história da Antropologia e mantida por diferentes instituições científicas francesas, os verbetes da EA abordam definições sobre obras, autores (incluem-se também ativistas e não somente antropólogos), conceito, correntes de pensamento, subcampo e instituições.
Outra distinção, já citada, é que a maior parte dos textos são escritos por estudantes (alguns poucos foram escritos por professores, como o verbete sobre “morte social”, assinado pelo antropólogo Osmundo Pinho, professor na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB). Ou seja, diferentemente das enciclopédias clássicas, a EA não parte de encomendas de verbetes a especialistas. A escrita do texto faz parte da formação dos alunos.
Os textos são recebidos por e-mail e as avaliações são feitas duas vezes ao ano. As contribuições recebidas até o mês de março são consideradas para a publicação de julho. As que chegam até agosto, podem se tornar disponíveis para consulta em dezembro. São aceitas contribuições de estudantes de programas de pós-graduação do Brasil e do exterior.
Os verbetes recebidos são avaliados por dois pareceristas do corpo editorial e pelos coordenadores. Bailão explica que é necessário adequar o texto ao formato da enciclopédia, sempre visando a clareza. As orientações incluem um estilo de escrita objetiva e sintética, sem adjetivações, jargões e períodos longos. “Deve-se tentar deixar o texto mais claro, para que uma pessoa iniciante entenda”, completa o pesquisador, que também responde pelas imagens que ilustram o acervo, a maioria de domínio público.