Passados Presentes: Patrimônios e Memórias Negras e Afro-Indígenas em Minas Gerais
Coordenadora Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro (UFJF)
O projeto parte da experiência da rede Passados Presentes: Memória da Escravidão no Brasil (LABHOI-UFJF-UFF; CLASPITT, LEAFRICA-UFRJ), associada ao Grupo de Pesquisa Emancipações e Pós-Abolição em Minas Gerais (GTEP-MG), com sede na UFJF, em parceria com grupos de pesquisa da UFAL, UFSJ, UFOP, UFV, IFSM e UFMG e está inserido na rede internacional Patrimônio Imateriais Afro-ameríndios e Políticas Públicas na América Latina, com sede na IRD-France. As pesquisas do GTEP-MG sobre patrimônios e culturas negras colocam em relevo não apenas as heranças africanas na construção de identidades e patrimônios negros mineiros, mas também a importância das interações afro-indígenas na constituição desse patrimônio e da própria negritude em Minas Gerais. Investigar as interações afro-indígenas como elemento constituinte da negritude mineira contribui também para os debates sobre a implementação das leis n° 10639/2003 e nº 11645/2008, que tornaram obrigatório o ensino das histórias afro-brasileiras e indígenas nas escolas. O projeto estabelece parceria com as comunidades detentoras dos patrimônios imateriais pesquisados (congadeiros, foliões de reis, quilombolas, entre outros), bem como com escolas, gestores e formuladores de políticas públicas, procurando produzir conhecimentos que possam fomentar ações de valorização do patrimônio e da cultura negra e afro-indígena, com impacto na melhoria das condições de vida de grupos historicamente marginalizados. O diálogo epistemológico entre saberes se coloca como ferramenta metodológica e desafio teórico da pesquisa. Os resultados de base vão alimentar o banco de dados Afro-Brazilian Heritage, com sede na Universidade de Pittsburgh, alargando as possibilidades de análise. Serão também divulgados em diversas modalidades de releitura na plataforma digital do projeto, tornando-se acessíveis aos detentores, alguns deles pesquisadores da rede, permitindo sua utilização em escolas, museus de território, exposições e aplicativos.