As coleções etnográficas, coletadas ao longo de séculos, continuam sendo salvaguardadas por museus e iniciativas culturais em todo o país. No entanto, não existia um panorama completo da localização dessas coleções, nem das comunidades a elas relacionadas. Nosso projeto visa preencher essa lacuna, criando uma plataforma digital de acesso público que organizará informações sobre essas coleções, contribuindo para sua divulgação, pesquisa e democratização.
A semente do projeto foi lançada no final de dezembro de 2018, em Brasília-DF, durante a 31ª reunião da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em um pré-evento organizado pelo Comitê de Patrimônios e Museus da ABA, intitulado “Seminário Antropologia e Museus: os desafios do contemporâneo”. Nesse encontro, houve uma plenária de reflexão sobre iniciativas de democratização e descolonização dos museus e acervos, bem como sobre a falta de um instrumento que facilitasse a localização, a identificação e o acesso às coleções etnográficas, que estão espalhadas por todo o país. Acervos estes importantes não só para as instituições e iniciativas culturais, mas principalmente para os grupos e segmentos sociais associados à origem e aos usos desses objetos, que são os verdadeiros detentores dos saberes e dos conhecimentos que envolvem cada coleção.
Após esse encontro, a partir de uma motivação coletiva, surgiu a sugestão de lançar o projeto de “Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil”, para sistematizar e disponibilizar informações gerais em uma plataforma digital. A pesquisadora Adriana Russi Tavares de Mello (UFF) levou adiante a ideia e organizou uma rede de pesquisadores colaboradores em cada região do país. Os pesquisadores envolvidos nesse momento inicial foram Lucia Hussak van Velthem (Museu Paraense Emílio Goeldi), Marília Xavier Cury (Museu de Arqueologia e Etnologia-USP), Priscila Faulhaber Barbosa (Museu de Astronomia e Ciências Afins) e Daniel Roberto dos Reis Silva (Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular-IPHAN).