O monitoramento costeiro é baseado na coleta de uma variedade de dados no ambiente, podendo ser de curto, médio e longo prazo. Os seus resultados dão suporte a criação de uma base de evidências para nos ajudar a compreender os processos e a entender como os riscos estão dispersos no território. Contudo, na maior parte do tempo, esse tipo de iniciativa não dialoga com a sociedade e desconsidera o conhecimento cívico. Nos últimos anos, a ciência cidadã tem crescido e oportunizado uma nova forma de partilhar o conhecimento. Trata-se de uma parceria entre moradores/usuários e cientistas na coleta de dados e no monitoramento participativo. Nesse contexto, a proposta em questão objetiva criar e fomentar uma rede de monitoramento participativo no litoral do Nordeste (Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte), tendo o engajamento social como catalisador da ideia. Assim, através do Projeto CoastSnap, desenvolvido inicialmente na Austrália, pretendemos implantar o método em parte do litoral do Nordeste, com no mínimo 6 estações. A proposta está pautada no monitoramento comunitário do litoral utilizando-se de fotografias que são compartilhadas através das redes sociais (facebook, instagram e twitter) por moradores e turistas que visitam as estações do projeto. O método permite o monitoramento das variações espaço-temporais da linha de costa através do georreferenciamento e vetorização das fotografias. Essa proposta permite que cientistas-cidadãos meçam com precisão as alterações da praia utilizando apenas os seus dispositivos móveis (smartphones). Assim, controlando a posição e o ângulo da sua câmera, é possível estabelecer as características da praia e fornecer um registro preciso da posição do litoral no momento da captura da fotografia. O envolvimento de diferentes segmentos da sociedade permite a disseminação do conhecimento, possibilitando a interação entre comunidade acadêmica, a sociedade e os gestores na construção de Políticas públicas para o desenvolvimento humano e social.